sexta-feira, 24 de janeiro de 2014


Faz pena ver os mesmos que, esquecidos do verdadeiro trabalho dos investigadores, das muitas tentativas falhadas, dos desânimos sempre vencidos, gabam, apenas, o avanço ou a descoberta, se acontece.
São esses mesmos, por ignorância ou estupidez que baste e a muita muita prosápia de pretenso entendedor que, deparando com um pobre tenteio, deixam cair as queixadas, em êxtase contemplativo.

Não me refiro, de certo, aos galeristas que, no seu papel de vendedores numa sociedade de enganos, enaltecem quanto podem expor, como qualquer charlatão de banha-de-cobra pouco escrupuloso no gato por lebre que dão a quem o escuta.
São tais galeristas como milhentos economistas que por aí fervilham, de exíguas letras e muito menos leituras, a largar bacoradas, suponho eu, movidos pelo instinto canino de agradar ao dono.

É que, céptico como sou, julgo o artista capaz, apenas uma vez ou outra, de se exprimir cabalmente numa obra realizada.
Nem é preciso mais, pois bastariam o Cus de Judas do Lobo Antunes, a Passionata de Beethoven, as Banhistas de Cézanne ou o Beijo de Rodin, para que eu ficasse agradecido e os respeitasse.

Pudesse eu um pouco e teríamos, não bolas de oiro futebolísticas, mas mais um Nobel da Literatura. 

  

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