quarta-feira, 22 de janeiro de 2014


“ - Não há nada à borla!” *
A cobra cuspideira revela-se: não é pétrea, só, é maldosa e cruel, não é apenas cruel, é uma doente sádica.

Creio chegado o momento de querer saber como se geram monstros no seio da sociedade.
Basta parar e reflectir um pouco.

Quem, em seu juízo perfeito dá poder discricionário a quem quer que seja, sem lhe controlar os actos, vigiar-lhe os intuitos e demiti-lo, se for um incapaz ou tratá-lo, se se trata de um caso patológico?
Não prevendo enganos e dando rédea solta ao primeiro que nos sorri, podemos criar um verdadeiro inferno, donde se torna difícil sair e começar de novo.

Pois, enquanto olhávamos e não acreditávamos no que víamos, houve tempo de sobra para colocar peças, decretar leis, corromper consciências, apodrecer vontades, erguer muros onde se acolhem os acólitos, tramas de interesses cruzados, sicários, guarda pretoriana.
Ao sacudir o torpor e tentar remediar o erro, vemos que é tarde de mais: o fascismo já se cimentou.

E o futuro são cinquenta anos mais de desgraça, perseguição, tortura e cobardia de quem diz: pude fazer e não fiz.

 
*  Ver debate de hoje, na Assembleia da República

 

 

 

 

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