Quiseram
os deuses do Olimpo e do céu lá de cima fazer-me a surpresa de entrar, por mero
acaso, na região de Ponte de Lima.
Foi
que me enganei na rota e, em vez de Viana, aproei à direcção contrária.
Pois
descobri, para meu prazer, uma terra onde, diz a lenda, os Romanos deixaram de
saber quem eram, enfeitiçados pelo que lhes foi dado ver.
Não
creio haver algo que se lhe compare e já andei por muito sítio.
É
lástima, portanto, que quem do turismo se ocupa, fale apenas do sol do Algarve,
ignorando o que o país de melhor tem.
É
tudo um mimo e a única explicação possível é a de que, por preguiça mental, se
limitam a vender um produto já cotado no mercado.
Saiba-se,
ainda, que, na zona mais nevrálgica de beleza e cor, precisamente aí, desataram
a esburacar a serra, que, segundo parece, é rica em granito fino.
Poderiam
ter aberto a pedreira do lado oposto, virando à autoestrada, ou do lado de cá,
com discreção e respeito.
Não,
senhor, tinha de ser na frente mais visível, escancarando os buracos
obscenamente.
Fiz
o reparo a um indígena e a resposta não se fez esperar: aquilo dava dinheiro a
ganhar a muita gente.
Não
repliquei, pois não valia a pena, vindo a saber, mais tarde, que foi dali,
exactamente da zona, que saíram já dois secretários de Estado do Ambiente, um chim-chim
não obstipado e um obstipado não chim-chim.
Portugal
deve ser exemplo de formidáveis governantes.
Sem comentários:
Enviar um comentário