sexta-feira, 24 de janeiro de 2014


Quiseram os deuses do Olimpo e do céu lá de cima fazer-me a surpresa de entrar, por mero acaso, na região de Ponte de Lima.
Foi que me enganei na rota e, em vez de Viana, aproei à direcção contrária.

Pois descobri, para meu prazer, uma terra onde, diz a lenda, os Romanos deixaram de saber quem eram, enfeitiçados pelo que lhes foi dado ver.
Não creio haver algo que se lhe compare e já andei por muito sítio.

É lástima, portanto, que quem do turismo se ocupa, fale apenas do sol do Algarve, ignorando o que o país de melhor tem.
É tudo um mimo e a única explicação possível é a de que, por preguiça mental, se limitam a vender um produto já cotado no mercado.

Saiba-se, ainda, que, na zona mais nevrálgica de beleza e cor, precisamente aí, desataram a esburacar a serra, que, segundo parece, é rica em granito fino.
Poderiam ter aberto a pedreira do lado oposto, virando à autoestrada, ou do lado de cá, com discreção e respeito.

Não, senhor, tinha de ser na frente mais visível, escancarando os buracos obscenamente.
Fiz o reparo a um indígena e a resposta não se fez esperar: aquilo dava dinheiro a ganhar a muita gente.

Não repliquei, pois não valia a pena, vindo a saber, mais tarde, que foi dali, exactamente da zona, que saíram já dois secretários de Estado do Ambiente, um chim-chim não obstipado e um obstipado não chim-chim.
Portugal deve ser exemplo de formidáveis governantes.

Sem comentários:

Enviar um comentário