quarta-feira, 22 de janeiro de 2014


            Senhor Director Geral da
            Autoridade Tributária e Aduaneira

 
Eu, machista confesso, declaro, por minha honra, ter ordenado à escrava, minha actual mulher, que, doravante, passe a exigir, em seu nome e meu, factura de qualquer produto ou objecto comprado, que a necessidade obrigue.

Esteja V. Exª descansada que ela irá cumprir, obedientemente, o meu desejo e Vosso, podendo V. Exª cessar a correspondência assídua em que me promete carros topo de gama, se a sorte me bafejar.

Garanto e juro sobre a Bíblia que me verá V. Exª, mais dia menos dia, chegar no meu camião das obras, com todas as facturas que V. Exª pede, ainda que se trate de um raminho de salsa ou de uma cabeça de alho.

Muito empenhado no cumprimento da minha palavra, permita-me que Lhe sugira a criação de uma brigada de inspecção para cada mercado, pois já aconteceu o diabo da campónia, tentando esquivar-se ao seu dever, alegar não ter levado consigo nem máquina registadora nem computador.

Na certeza de que V. Exª confiará na solene promessa deste seu criado, subscreve-se humildemente,

O cidadão exemplar.

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