quarta-feira, 29 de janeiro de 2014


Um diabo das Finanças, algures, não sei bem onde, recebeu uns milhares de luvas e tem agora a polícia à porta.
Assim me informou um papagaio do alto do poleiro televisivo.

Só poderei louvar este denodado empenho em defesa da seriedade moral e espero que os tribunais actuem com toda a severidade, como aconteceu ao desgraçado que, por roubar um chocolate, creio, apanhou nada mais nada menos que dois anos de prisão, demonstrando-se, assim, que a justiça não é irremediavelmente cega.
Penso, contudo, que é vesga, pois, que eu saiba, se há pouquíssimos exemplos dos corrompidos punidos, nunca me foi dado ver os corruptores em talas.

Não pretendo dizer que nego o meu aplauso à actuação citada. Pelo contrário, a minha anuência é total, porque, se há coisa que detesto, é a estupidez traduzida no roubo de uns euros, ainda que  uns milhares.
É certo que nem toda a gente está em condição de capitanear negócios de material de guerra ou privatizações ou concessões sumarentas.

Mas quem enveredar pelo caminho da desonestidade que faça, ao menos, o esforço de apanhar milhões e muitos, se possível.
É que o pouquinho não garante impunidade e desonra a profissão.

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