Um
diabo das Finanças, algures, não sei bem onde, recebeu uns milhares de luvas e
tem agora a polícia à porta.
Assim
me informou um papagaio do alto do poleiro televisivo.
Só
poderei louvar este denodado empenho em defesa da seriedade moral e espero que os
tribunais actuem com toda a severidade, como aconteceu ao desgraçado que, por
roubar um chocolate, creio, apanhou nada mais nada menos que dois anos de
prisão, demonstrando-se, assim, que a justiça não é irremediavelmente cega.
Penso,
contudo, que é vesga, pois, que eu saiba, se há pouquíssimos exemplos dos
corrompidos punidos, nunca me foi dado ver os corruptores em talas.
Não
pretendo dizer que nego o meu aplauso à actuação citada. Pelo contrário, a
minha anuência é total, porque, se há coisa que detesto, é a estupidez
traduzida no roubo de uns euros, ainda que uns milhares.
É
certo que nem toda a gente está em condição de capitanear negócios de material
de guerra ou privatizações ou concessões sumarentas.
Mas
quem enveredar pelo caminho da desonestidade que faça, ao menos, o esforço de
apanhar milhões e muitos, se possível.
É
que o pouquinho não garante impunidade e desonra a profissão.
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