quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014


Encontrei em tempos, nas minhas deambulações pelas leituras, uma definição preciosa de fascismo: exploração brutal de quem trabalha.
Concordei, de imediato, e entendi o que outros parecem não entender: a repressão violenta surge, apenas, quando o explorado se rebela.

Realmente, para quê recorrer à brutalidade, se o explorado é resiliente, como hoje se explica a nossa bovinice actual.
Parece-me, pois, haver algumas semelhanças entre o que é e o que foi.

Ora, corria então, nessa época que se diz passada, o seguinte:
Um jornalista estrangeiro veio conhecer o país e, logo, estranhou o facto de não encontrar ninguém.

Percorreu todo o sul, subiu às Beiras e, ali, para os lados de Vale de Cambra, avistou um velhote, que se babava, resmoneando qualquer coisa.
Como era o único ser vivo que encontrava, aproximou-se, tentando decifrar o que o ancião murmurava.

Com grande esforço, percebeu e, siderado, perguntou-lhe quem era.
A resposta foi “sou o dr. Salazar de Santa Comba”, continuando o resmoneio anterior:

- Matei-os a todos, mas salvei Portugal.
Onde é que ouvi isto?

Sem comentários:

Enviar um comentário