Entre
os muitos desafios, perdão, “derbies”, portugueses, espanhóis, franceses,
ingleses, lapões e papuas, quis a sorte que tropeçasse numa emissão directa da
Palhaçolândia, em que o chefe daquilo empossava o chefe daqueloutro, em
cerimónia solene, de grande pompa.
Evento
do género exige, infalivelmente, que, após os passes de mágica rituais, se faça
uma falação.
Disse,
então, S. Exª, explicitamente e implicitamente, numa pedagogia muito sua de
esgares, espichamento de pescoço, guinchos e ronquidos, que, sim, senhor, numa
hora tão difícil não havia alternativa ao roubo de novos, velhos e crianças.
Com uma excepção: as forças armadas.
É
premente defender o país no Afeganistão e no Balaquistão.
Logo,
impunha-se não regatear armamento sofisticado, a quem expõe a vida, por nós, em
missões de subida nobreza.
E
eu, concordo, de facto, que se passe a mão pelo pêlo da força, na prevenção de
um possível dissabor ditado pelo desespero.
Sou,
também, um recém-nobilitado e tenho de aplaudir, necessariamente, esta visão
arguta, à distância, de um futuro de temer, que ponha em risco o que tanto nos
custou a conseguir, a nós, os eleitos.
Não
é por nada, mas habituei-me já ao meu presente aconchego e ser-me-ia
imensamente difícil ter de adaptar-me a uma nova situação.
Aliás,
o meu mimetismo camaleónico tem os seus limites.
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