sábado, 8 de fevereiro de 2014


Vem na Bíblia: bem-aventurados os pobres de espírito, que deles será o reino dos Céus.
Eu, ferveroso criacionista à moda americana, sigo inteiramente à risca a palavra revelada, por aspirar, ainda, a um lugarzinho lá em cima.

Julgo, pois, que me compreenderão, quando afirmo a minha tolerância ao ouvir uns nobrezitos das berças ou ex-negreiros desforristas:
- Reproduzem-se como coelhos.

Assim se referem, com frequência, aos mais desgraçados, eles que dispõem de magníficas casas, quartos separados, bom aquecimento e amantes prestáveis e agradecidas.
Mas que irrita, irrita!

Deu-se o caso até, de, há dias, ter escutado, siderado, um gaguinho com ar de sacristão:
- A grande maioria dos pensionistas não sofrerá nenhum corte.

Afirmação expandida com ligeireza idêntica quando diz, macarronicamente, nos seus acolitismos:
- Et spiritu tuum!

Julgar-se-á, a criatura, generosa, por permitir ao rafeiro usufruir do osso esburgado que lhe atirou?
Tinha imenssíssima razão Einstein, que punha em dúvida a infinitude do universo, mas jamais o faria quanto à estupidez humana.

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