Defeito meu, certo e seguro,
mas não sou masoquista.
Se me pisam berro, se me
ofendem, protesto.
A quente ou a frio, faço por
ser pessoa, não alimária que uma canalha monte.
Antes, alertei quem me
ouviu, quando nos prometeram o maná dos céus, visando atrelar-nos à Europa dos
agiotas.
Atravessei os tempos a acusar
ocupantes e colaboracionistas.
Esperei que os que juraram,
por sua honra, defender-nos, pusessem freio a um autoritarismo crescente.
Revolta-me a cobardia de
todo um povo que tudo aceita e permanece, na maioria, quedo.
No afã de aproveitar os piores
que a natureza dá, criam-se instituições que nos impõem miséria e uma vida sem
futuro.
Já estão, agora, abrindo
portas, e apaparicando, ao fascismo ucraniano, não tardando a exigir impostos
redobrados para alimentar a malandragem de cá e de lá, mais os cachorros que a
sórdida patuscada atrai.
E tudo me leva a crer que a
gente que suportou meio século de indignidade se disponha a consentir outro
meio século de semelhante abjecção.
Confirmar-se-á?
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