Ele ouviu e entendeu as
sábias palavras do ministro japonês das Finanças, que aconselhou os velhos a
fazer o haraquiri para endireitar as contas e a economia do país.
O patriotismo, vê-se, pode
saltar da lapela e entrar ao serviço da nação, que é como quem diz, ao serviço
da banca.
Aqui, à falta do saudável
hábito de abrir a barriga quando as coisas correm mal, enveredou-se pela via da
morte lenta, sugando, pouco a pouco, o que as pessoas pouparam para descanso na
velhice.
O óbice é ser um método a
longo prazo e, por isso, acrescentaram-se pequenas dificuldades, afastando os
hospitais para dezenas de quilómetros, reduzindo pessoal e horário dos poucos
centros de saúde que ainda subsistem, criando listas de espera de muitos meses
e anos, impedindo os bombeiros de transportar doentes, acabando com farmácias
nas povoações mais pequenas, minguando ou pondo fim à comparticipação no preço
dos medicamentos.
E os malditos não morrem?
Cortem-se, então, reformas e
pensões, criem-se taxas e sobretaxas, meta-se na cabeça das viúvas que é hora
de seguir o exemplo dos seus maridos queridos.
Caso o remédio não surta
efeito, sugiro promover o boca torta, que é homem de imaginação e acção.
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