quarta-feira, 16 de abril de 2014


Ele ouviu e entendeu as sábias palavras do ministro japonês das Finanças, que aconselhou os velhos a fazer o haraquiri para endireitar as contas e a economia do país.
O patriotismo, vê-se, pode saltar da lapela e entrar ao serviço da nação, que é como quem diz, ao serviço da banca.

Aqui, à falta do saudável hábito de abrir a barriga quando as coisas correm mal, enveredou-se pela via da morte lenta, sugando, pouco a pouco, o que as pessoas pouparam para descanso na velhice.
O óbice é ser um método a longo prazo e, por isso, acrescentaram-se pequenas dificuldades, afastando os hospitais para dezenas de quilómetros, reduzindo pessoal e horário dos poucos centros de saúde que ainda subsistem, criando listas de espera de muitos meses e anos, impedindo os bombeiros de transportar doentes, acabando com farmácias nas povoações mais pequenas, minguando ou pondo fim à comparticipação no preço dos medicamentos.

E os malditos não morrem?
Cortem-se, então, reformas e pensões, criem-se taxas e sobretaxas, meta-se na cabeça das viúvas que é hora de seguir o exemplo dos seus maridos queridos.

Caso o remédio não surta efeito, sugiro promover o boca torta, que é homem de imaginação e acção.

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