Se há originalidade em
Portugal, não a procurem nas artes ou nas ciências, porque, mesmo com as
fronteiras tombadas, espichamo-nos quanto possível a ver se avistamos, fora, o
modelo que seguir.
É na política que nos cabe
um lugar de honra, porque, além de um povo que vota sem saber o quê nem porquê,
criámos um modo de governação a que se poderia chamar cruzada.
Não só porque os cruzados
descobriram uma fé espúria na classe trabalhadora, mas ainda pelo facto de a
ministra das Finanças se preocupar com a Saúde e o ministro da Saúde se ocupar
das Finanças.
Tudo se insere, creio, na
polivalência do empreendedorismo que nos obséquia com gente que salta, ágil,
das cervejeiras para economias, das advocacias para a venda dos bens públicos,
das feiras de aldeia para os tablados do mundo.
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