Desde que nos fizemos nação,
o poder, em três fases, assentou na terra, na indústria e na finança.
Com a Idade Medieval era o
nobre o senhor, por a terra lhe pertencer.
O servo, para poder
sobreviver, tinha de labutar o solo, arrancar-lhe pão e conduto, um pouquinho
para si, a parte gorda para o dono.
Na era industrial, o poder
virá da laboração do que a terra dá e chama-se dono ao capitalista que dispõe
dos meios, fábricas e pessoal.
O operário subsiste com
salário de miséria, para continuar a produzir, o luxo e charutos são para quem
empocha o lucro.
Nesta Era da Finança, nem é
a terra nem a produção que interessam, só a especulação domina, tornando-se
economia.
O empregadote sentado,
frente ao computador que o prende, está manipulando os números, num alheamento do
mundo. E, dado que são precisos poucos, porque faz um só, em minutos, o que
vinte levariam anos, o emprego é benesse dos céus, quem o tem tem de dar-se por
feliz, agradecido, de joelhos, pelo favor do empregador.
Que se desvaneceu no
abstracto, poderoso, sacralizado num deus, que os mortais não lobrigam, pois é
o senhor anónimo e só o capataz é visível.
Donde 6 conclusões didácticas
para uma pedagogia nova que as circunstâncias exigem.
1 – Adoração do dinheiro,
que tudo pode e decreta.
2 – Reverência beata por
alguém que nos domina o destino.
3 – Competitividade feroz,
contra os que nos são rivais, na procura do lugar precário.
4 – Só deveres e sem
direitos, que são os tempos de crise, ainda que nos ecoe, por vezes, uma
duplicação das fortunas.
5 – Quem não pagar não tem
nada, educação ou saúde, reforma ou vida sua
6 – Há que sustentar quem
rouba e lhe permite respirar, pois não se contabiliza, ainda, o ar que a
natureza dá.
O poluído, que o puro está
murado em condomínios de praias, ilhas remotas ou pedaços de cidade.Se o homem, assim o dizem, é um ser inteligente, o que será a inteligência?
Sem comentários:
Enviar um comentário