sexta-feira, 2 de maio de 2014


Desde que nos fizemos nação, o poder, em três fases, assentou na terra, na indústria e na finança.
Com a Idade Medieval era o nobre o senhor, por a terra lhe pertencer.

O servo, para poder sobreviver, tinha de labutar o solo, arrancar-lhe pão e conduto, um pouquinho para si, a parte gorda para o dono.
Na era industrial, o poder virá da laboração do que a terra dá e chama-se dono ao capitalista que dispõe dos meios, fábricas e pessoal.

O operário subsiste com salário de miséria, para continuar a produzir, o luxo e charutos são para quem empocha o lucro.
Nesta Era da Finança, nem é a terra nem a produção que interessam, só a especulação domina, tornando-se economia.

O empregadote sentado, frente ao computador que o prende, está manipulando os números, num alheamento do mundo. E, dado que são precisos poucos, porque faz um só, em minutos, o que vinte levariam anos, o emprego é benesse dos céus, quem o tem tem de dar-se por feliz, agradecido, de joelhos, pelo favor do empregador.
Que se desvaneceu no abstracto, poderoso, sacralizado num deus, que os mortais não lobrigam, pois é o senhor anónimo e só o capataz é visível.

Donde 6 conclusões didácticas para uma pedagogia nova que as circunstâncias exigem.
1 – Adoração do dinheiro, que tudo pode e decreta.

2 – Reverência beata por alguém que nos domina o destino.
3 – Competitividade feroz, contra os que nos são rivais, na procura do lugar precário.

4 – Só deveres e sem direitos, que são os tempos de crise, ainda que nos ecoe, por vezes, uma duplicação das fortunas.
5 – Quem não pagar não tem nada, educação ou saúde, reforma ou vida sua

6 – Há que sustentar quem rouba e lhe permite respirar, pois não se contabiliza, ainda, o ar que a natureza dá.
O poluído, que o puro está murado em condomínios de praias, ilhas remotas ou pedaços de cidade.

Se o homem, assim o dizem, é um ser inteligente, o que será a inteligência?

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