terça-feira, 27 de maio de 2014


Já vai sendo tempo de pôr fim a um equívoco que caminha para dois séculos e serve para empatar os povos na sua afirmação de progresso.
É considerar de esquerda quem se diga socialista.

Já nos tempos da ditadura era uma fuga à acção, esperando que outros tirassem as castanhas do lume e, uma vez que aconteceu, apressaram-se a trair, bailando com o diabo, que nessa altura era Carlucci.
Quem não se lembra da pressa em erguer do nada, mas com o dinheiro da CIO e alemão, uma central sindical, que dividisse trabalhadores e acabasse no frete de assinar o que o patrão deseja, dizendo-se responsável, construtiva, não sectária, nem correia de transmissão.

Quanta imaginação e calúnia para disfarçar a traição!
A conversa, ou lábia, não acarreta qualquer perigo, seduz, convence e efectivamente engana, que é o que, na verdade, se quer.

Veja-se, porém, aqui ou lá fora, qual é o comportamento real.
Em casa, afora as tretas, no que por vezes coincidem com a direita, governando, vão favorecendo os grandes patrões e preparando nichos, sinecuras, onde depois se repoltreiam quando passam o testemunho aos que figuram uma alternância, jamais uma alternativa.

No parlamento europeu e em bate-papos com quem manda, são gémeos siameses daqueles com quem se dizem ter insanáveis diferenças.
É mentira?

Aliás, não foi capricho a criação de partidos que, visando mais longe, se chamaram comunistas.
É que, já nessa altura, assassinado o honesto Jaurès, eles tornaram-se gestores dos interesses de quem explora e apareciam presidindo bancos e companhias, particularmente na Áustria, que julgo ter sido a pioneira da traição.

Se persistirmos, como acontece, em considerá-los como gente transviada que virá ao bom caminho, podemos esperar sentados e aguardar a chegada do fascismo, que a situação presente é propícia

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