Já vai sendo tempo de pôr
fim a um equívoco que caminha para dois séculos e serve para empatar os povos
na sua afirmação de progresso.
É considerar de esquerda
quem se diga socialista.
Já nos tempos da ditadura
era uma fuga à acção, esperando que outros tirassem as castanhas do lume e, uma
vez que aconteceu, apressaram-se a trair, bailando com o diabo, que nessa
altura era Carlucci.
Quem não se lembra da pressa
em erguer do nada, mas com o dinheiro da CIO e alemão, uma central sindical,
que dividisse trabalhadores e acabasse no frete de assinar o que o patrão deseja,
dizendo-se responsável, construtiva, não sectária, nem correia de transmissão.
Quanta imaginação e calúnia
para disfarçar a traição!
A conversa, ou lábia, não
acarreta qualquer perigo, seduz, convence e efectivamente engana, que é o que,
na verdade, se quer.
Veja-se, porém, aqui ou lá
fora, qual é o comportamento real.
Em casa, afora as tretas, no
que por vezes coincidem com a direita, governando, vão favorecendo os grandes
patrões e preparando nichos, sinecuras, onde depois se repoltreiam quando
passam o testemunho aos que figuram uma alternância, jamais uma alternativa.
No parlamento europeu e em
bate-papos com quem manda, são gémeos siameses daqueles com quem se dizem ter
insanáveis diferenças.
É mentira?
Aliás, não foi capricho a
criação de partidos que, visando mais longe, se chamaram comunistas.
É que, já nessa altura,
assassinado o honesto Jaurès, eles tornaram-se gestores dos interesses de quem
explora e apareciam presidindo bancos e companhias, particularmente na Áustria,
que julgo ter sido a pioneira da traição.
Se persistirmos, como
acontece, em considerá-los como gente transviada que virá ao bom caminho,
podemos esperar sentados e aguardar a chegada do fascismo, que a situação
presente é propícia
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