Os pais são os mesmos de
sempre, uma geração invertebrada, que sofreu, por meio século, a abjecção de
suportar o mando de pacóvio das berças, grotesco na pequenez das ideias,
aberração numa Europa, onde o próprio mal tinha dimensões de ferocidade,
enquanto que, aqui, um agente fardado, por si só, chegava, para um país encolhido
no terror do desagrado.
Herdaram os filhos a
cobardia dos seus, que disfarçam em usufruição da vida, em bebedeiras de álcool
e droga e sexo.
Incompatibilizados com as
ideias, esvaziaram-se totalmente, que os pais mantinham ainda sensibilidade
chorona, aflorando com tinto, em lamechices de fado, mas os filhos, confortados
na animalidade, dão-se por satisfeitos com guinchos ou epilepsias que
consideram musicais.
Linha de continuidade,
ainda, na solução que se afigura única, quando a desgraça já é de mais: nem
exigência, nem revolta e a pé, a nado ou de avião, vão-se pelo mundo fora,
buscando a esmola de uma exploração estrangeira.
Exclua-se dignidade dos
dicionários portugueses e escreva-se, a negrito, esforço de bicho para se
aguentar à tona.
Sem comentários:
Enviar um comentário