Morta minha avozinha, que
dessas coisas percebia, estou desactualizado em muita matéria de fé.
Julgo ter havido um papa,
bufado pela inspiração divina, que nega existir diabo e o mal residir em nós.
Provável é o recém-promovido
santo ter-se desorientado um pouco, que, em artimanhas, ao satanás, ninguém lhe
passará a perna.
E a última, como eu entendo,
foi ter mudado de nome e haver-se disfarçado de governo.
Se não, vejam.
Anuncia-se o senhor da saúde
que, numa palração de esguelha, declara ser urgente investir em médicos,
enfermeiros, pessoal, etc. e tal.
Vem o governo, corta.
Diz o grande mestre cervejeiro
que mais impostos sobre impostos é simplesmente intolerável.
Vem o governo, corta.
Esforça-se o timoneiro da
escola por alargar horizontes aos pequenos de palmo e meio, tirando-os da cama
cedíssimo, repondo-os na cama tardíssimo, depois de percorridos quilómetros.
Vem o governo, corta.
Defende o querido presidente
de todos a optimização do exército, capaz de enfrentar inimigos em terras que
mesmo o Cristo esqueceu.
Vem o governo, corta.
De todos que me lembro
ouvir, mostra triunfo, apenas, o distribuidor de esmolas e fomentador de
pedinchice.
Mas tantas são as razões
contrárias que não me fiarei em quem cuja pinta é sinceramente má e não parece
exorcizado.
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