domingo, 10 de agosto de 2014


Internado pela quarta vez.
Falha o coração onde não falta a vontade, sem conselho que valha, sem barreira que o detenha.

Há-de morrer lutando.
Por um país, em que a reacção se aferra a privilégios de outrora, ganhos com crueldade e matanças.

Foi Espanha dominadora, querendo sujeitar o mundo num só mando e um só rei, mãe dos actuais impérios.
Mas caricata, agora, com um reizinho de opereta, figalgote decadente, insistindo em fingir o que, em verdade, não é.

O homem, a quem a morte assedia, vem-se rebelando desde sempre à pretensão idiota e, ao sonhar em volta, vê uma Espanha diferente, ressurgida do mofo, criativa, progressista, revolucionária.
De pessoas vivas, em suma.

Poucos o ouvem e muitos poucos entendem, julgando-o um utopista à deriva e dando-lhe o destino dos que se anticiparam na história.
Dia virá, contudo, em que a Espanha, a sua Espanha, verá que, mesmo em tempo de anões, nascem por vezes gigantes.

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