domingo, 24 de agosto de 2014


Numa das minhas deambulações por África, encontrei certa vez, um sujeitinho  mestiço que falava dos seus como se fossem cães.
Já antes, pelas partes de Lisboa, foi-me dado conhecer um colonialista castiço, bem visivelmente mulato, muito castiço no trajo que impunha capacete e tudo, gabando-se de escavacar queixadas, se os pretos tardassem a cumprir-lhe as ordens.

Julguei que tentavam, por fingimento ou raiva, ser mais brancos que brancos, os seus superiores.
Também vira escrito que os catalães ferrenhos descendem da emigração que a fome trouxera da Andaluzia inóspita.

E a praga da gente que não se crê nem carne nem peixe, surge agora com força, numa mestiçagem económica, da meia-tijela, que não tem, mas quer ter, que não é, mas será, disposta a vender-se em colaboracionismos, traições, se a via lhes oferece proventos e benesses na corte patronal.
É que custe o que custar, eles hão-de lá chegar, venda-se o pai, a mãe, o país, se necessidade requer.

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