Queixava-se a
professora de ter tido colocação a muitos quilómetros de casa, 600, se a
memória não falha, e um horário dividido entre escolas algarvias que distam 30
quilómetros.
Tudo pelo
chorudo ordenado de 1.200 euros, sujeito a descontos, única fonte de receita,
para duas filhitas pequenas, que não poderão emigrar, e um marido no
desemprego, ainda que engenheiro informático.
Ela que pense na
sorte de não a colocarem no Pico, onde, para cumprir a missão teria de nadar muitas
milhas, do continente até lá.
Saiba também que
o trabalho é um privilégio hoje em dia e está a colher o proveito de ter votado
em patifes, que aliam a incompetência mestra à obstinação do burro, em
particular na tutela timonada por um maoista, que cria uma fórmula mágica onde
o resultado matemático é expresso numa média obtida com alhos mais uns
bugalhos.
Mas o que uma
criança vê passa despercebido à ciência do ministro titulado, talvez pela
Universidade Lusíada, em aulas de fim de semana, ou mesmo na Universidade
pública, quando campeavam por lá passagens administrativas do medo, por
professores cobardolas, escondidos debaixo das mesas, antes de assumir
presidências.
O certo é que,
idiotizado um povo, nem a indecência se detém nem a arrogância é travada, para
gáudio de meia-dúzia, se tanto, que comem, comeram e hão-de comer.
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