Se continua a insistir que um eleito tem de cumprir o que
prometeu em campanha, saiba que é um reaccionarão confesso, um democratóide
ultrapassado.
Detenha-se a pensar, se o exercício lhe é possível, e
reconhecerá, de certo, estar muito fora dos tempos, bem longe da moral em
curso.
Acha, porventura, possível, que um país à deriva, onde a
bandalheira se expande, com uma governação honesta de quem não se governe mas
governa?
Seria uma aberração ilógica, pois, se uma eleição é a
afirmação de um povo e há-de espelhar o que o povo deseja, quanto mais não
fosse era um antidemocrático, traindo a expressão do voto.
Ou, onde as dificuldades se atalham por via de favores e
influências, já que os tribunais pararam, onde o assentimento ao que se ouve dá
doutoramentos e benesses, onde, como correntemente se afirma, só não rouba quem
não pode ou sofre de um atrofiamento mental, não crê ser uma exigência absurda
pedir uma governação honesta de gente a servir sem gula?
Tanto mais que, entrando nessa Europa civilizada, abdicámos
da nação e há que obedecer e não piar.
Um conselho que talvez sirva: esforce-se por pôr em dia as
ideias e aceite o que é a credibilidade, agora, partícipe no que o Führer
concebeu, a subjugação do mundo.
Apronte-se que o inimigo está algures e, se não existir,
inventa-se.
Menos manteiga e mais armas, até porque umas comissõezitas
ajudam, sobretudo quando se é ministro, com pasta ou sem ela.
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