sexta-feira, 21 de novembro de 2014


O ver-se-te-avias, num pressentimento do fim, começa a aviar-se tão depressa que a escandaleira é diária, com muitos dos que se supunham mais sérios a igualar, em corrupção, os que sabíamos corruptos.
Embora a revelação pouco sirva, que a baixeza moral e a indignidade em que estamos tudo admitem com bonomia, dando por normal mentira, deboche, lacaísmo, traição.
Basta um ritual de quatro em quatro anos, em eleição de quermesse, donde sairão vencedores os que melhor se portarem no fingimento de salvadores da pátria, quando pretendem chegar-se ao erário e ganhar-se um futuro.
Mas, consumado o logro, a repetir-se de há quarenta anos para cá, temos, observando a lei, de aguardar que se cevem, para reincidir na asneira, com campo livre à pilhagem e sordidez de espectáculo.
Porque a política é isto, dizem comentadores encartados, contentes da abundância de estrume, já que dele é que vem a facilidade da prosa e o ganho, sem que se sujem camisas.
Mas críticos são, caramba! Não se lhes peça complacência.

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