Regredidos que estamos às guerras de religião, onde à
misericórdia divina, do Pai Eterno, afrontamos maldades e fanatismos de Alá,
parece muito urgente apontar que entre nós, os puros, há uma perdição em curso,
obra do demónio, sem dúvida.
Está bem à vista de todos que, em pontos de decisão e mando,
gente disfarçada de artista, com mentira domina, nos obriga à blasfémia de
amaldiçoar a vida e a mãe que nos pariu.
São, em geral, aqueles que batem com as duas mãos no peito,
evocam o Deus aos domingos e exigem de nós sacrifícios.
Sendo que sacrifícios, fora da ideia deles, é oferta que se
faz aos deuses.
Logo, até nesta matéria sensível, a mentira cobre a verdade,
pois quanto se rouba em esticão, some-se o roubo na bandalheira da banca, PPPs
e sorvedouros, onde, ao abandonar a política, como falsamente o afirmam,
instalam-se governantes, ex-governantes e afins.
Portanto, além de incorrecto, de um ponto de vista
linguístico, é ainda sacrilégio, heresia, atrai a cólera divina, capaz de nos
esturricar com raios, daqueles que nos partem a todos.
Sugere-se, a bem da nação, que nos precatemos do céu,
fazendo, com antecipação, em baixo, o que os espera no além: o penar
eternamente em braseiros infernais e diabos, diabões, tridentes revirando
corpos mortais.
Mesmo porque, nos tempos de crise, podem reconfortar-nos na
fome, pingue churrascada humana que alguns, de tão nédios, prometem pançada.
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