As aldrabices são tantas e tão grande a desvergonha que nada
que olhemos nos merece respeito nem ninguém que escutemos nos merece ser
ouvido.
Logo, há que lançar mão de artimanhas, evitando que a manada
tenha veleidades ou tresmalhe.
E o que aqui é usual, em miopia patega, tem lá fora um
arsenal capaz de acirrar vingança de uns contra todos e todos contra todos.
Basta violar, em partes vivas, o que da desgraça lhe sobra
ao que se vê maltratado, escarnecido, espezinhado: o seu Deus.
Não sou eu religioso nem me furtarei à graçola que se aceite
com complacência.
Mas não é dando-lhe o nome de liberdade de expressão que
apoucarei quem tem fé, tábua última de salvação.
Para mais, é de exigir destrinça entre crença morigeradora e
qualquer crente a tresler, entendendo a contrapelo.
Se a distinção é difícil, talvez, do nosso lado e do deles,
a inteligência pouco fulja.
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