Das várias contrariedades de Inverno destaco o muito frio
que tolhe, a brevidade dos dias que encurta a existência e o desaparecimento
das moscas que, como constatei ainda há pouco, em palração de plumistas, não se
enfiando pelas bocas, dão livre curso à asneira.
Para recordar uma destas, cito quem se sentiria feliz por
ter à porta de casa os rebuçados de Espanha, logo ali em Badajoz.
Era uma piada bacoca que revelava, contudo, toda uma finura
de análise ao desarme alfandegário, tido por progresso astronómico entre os que
se dão a passeios, baratuchos, de ali à
esquina.
Espero que a coerência lhes dite um franqueamento das casas,
de modo a papar-lhes uns almocinhos, seguidos de respectiva sesta.
Substituíssem os óculos por uma visão menos míope e descobririam,
por certo, no carvão que se compra, uma condenação à miséria de muitas zonas do
país.
Mesmo que saísse barata a importação do que por cá se
produz, o que é falso ou sempre incerto, há explorações a fechar e os
desempregados que aumentam, um comércio em agonia, emigração a crescer, os
serviços em debandada, desertificação e morte.
Quisesse o escrevinhador entender estudos ao alcance de
todos e aperceber-se-ia, talvez, serem beneficiados, apenas, todos os
import-export, que, às isenções, incentivos, perdões e evasões fiscais,
quintuplicaram os lucros a exportar o que é nosso, para importar em seguida o
que havia e já não há, numa recreação de agiotas a lixar o mexilhão, menos
mexediço com o tempo, tão grande e tanta
é a estupidez em que imerge.
Sem comentários:
Enviar um comentário