domingo, 18 de janeiro de 2015


Das várias contrariedades de Inverno destaco o muito frio que tolhe, a brevidade dos dias que encurta a existência e o desaparecimento das moscas que, como constatei ainda há pouco, em palração de plumistas, não se enfiando pelas bocas, dão livre curso à asneira.
Para recordar uma destas, cito quem se sentiria feliz por ter à porta de casa os rebuçados de Espanha, logo ali em Badajoz.
Era uma piada bacoca que revelava, contudo, toda uma finura de análise ao desarme alfandegário, tido por progresso astronómico entre os que se dão a  passeios, baratuchos, de ali à esquina.
Espero que a coerência lhes dite um franqueamento das casas, de modo a papar-lhes uns almocinhos, seguidos de respectiva sesta.
Substituíssem os óculos por uma visão menos míope e descobririam, por certo, no carvão que se compra, uma condenação à miséria de muitas zonas do país.
Mesmo que saísse barata a importação do que por cá se produz, o que é falso ou sempre incerto, há explorações a fechar e os desempregados que aumentam, um comércio em agonia, emigração a crescer, os serviços em debandada, desertificação e morte.
Quisesse o escrevinhador entender estudos ao alcance de todos e aperceber-se-ia, talvez, serem beneficiados, apenas, todos os import-export, que, às isenções, incentivos, perdões e evasões fiscais, quintuplicaram os lucros a exportar o que é nosso, para importar em seguida o que havia e já não há, numa recreação de agiotas a lixar o mexilhão, menos mexediço com o tempo,  tão grande e tanta é a estupidez em que imerge.

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