A ritualização do roubo exigia templos próprios e chamamento
aos fiéis, que, em manada, iam comungar no voto.
Aliviavam tensões e, em festas, havia as pipas e fêveras a
rechinar que a pifieza dos tempos substituiu por esferográficas, saquinhos e
camisolas.
Também o convincente cacete deu lugar à promessa ou de um
tacho ou de um favor, em argumentação
moderada.
Mas às goelas do lucro, insaciáveis, não bastava o que
engolira e a experiência aconselha inovações radicais.
O receituário da América só foi profícuo após guerra, quando
a Europa em miséria se dava a qualquer um.
Anestesiaram-se os povos em cedências e mais festanças e a
exploração travestiu-se.
Mas, sendo tudo muito efémero, surdem lugares que, já tarde,
quiseram reaver o seu.
No Chile, que foi um deles, a força bruta actuou, torturas,
execuções, horrores, a arrepiar todo o mundo, ainda que megafones louvassem a
escola dos Chicago Boys.
Houve que congeminar nova ideia: acirramento ao consumo,
agiotagem da dívida, vitimização do tonto.
Só que a negociata emperrou e há lunáticos da dignidade a
recusar pôr-se à canga.
Extremistas!
É muito bom voltar a contar com as "Irresiliências", que me habituei a ler todas as manhãs.
ResponderEliminarObrigada.