quinta-feira, 2 de abril de 2015

Tempos de prodígio os nossos, em que a gaguez é facúndia.
Demóstenes exercitou-se em anos, este surge-nos da noite para o dia, fenómeno só agora possível, porque, estando o país a afundar-se, vem, com certeza, ao de cima quanta escumalha ocultava o porão do calhambeque.
Mas o rapaz vale o gesto, mesmo com diferença de custo entre mota e carrão, que nós estragamos com mimos qualquer que pareça ter cérebro.
E o poucachinho é gigante quando nos embrulha nos números e faz da mentira verdade.
Não lhe bastando a ajuda da máfia dita europeia que vai ajustando contagens segundo conveniências da época, ele, o sacrista, finge esquecer-se da emigração forçosa, da reactualização de listas dos desistentes sem esperança, de formações ou estágios onde se desemboca no nada, da precariedade de emprego de poucas semanas ou só dias, para concluir, o tipo, que tudo vai bem e é o progresso espantoso.
Pena o INE ser obrigado, por vezes, a produzir estatísticas e o FMI desdizê-lo    com os 20% de desemprego real.
Apesar disso, o rapaz, volta e não volta bota falação aos soluços, esperando que o oiçam, numa submissão que redime.
Até porque há lotaria que sai, parente com posses que nos deixa a fortuna e o maná europeu que o senhor Shäuble dará.
Melhor é retomar o lema dos grandes comentadores políticos: esperemos para ver… navios!

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