quarta-feira, 5 de novembro de 2014


Salvo uma ou outra tentativa sempre a acabar no nada, há uma incontinência verbal, onde a confrontação de ideias faz do debate algazarra, leva a confusão a quem ouve.
Que a direita jogue sujo, pouco dada à transparência, percebo e bem, mas a esquerda cair no logro, não entendo, excede-me, pois não são berros que contam, antes a limpidez dos conceitos.
Perversamente, decerto, vem-me a imagem do mísero, que, por cunha ou sorte vária, pode arvorar uma gravata e, se um sindicato procura, só a UGT lhe serve, que em outro lado qualquer só uma pelintrice se espera.
Como a televisão é graça e há que aproveitar o favor, exibir rabulice, é mostrar-se à altura e ganhar notoriedade.
Então, estando o outro a gritar, nós  vamos gritar também e com o outro a atalhar, nós atalharemos também, sendo interrompólogo o diálogo e o esclarecimento barafunda.
Na meninice, ainda, disse-me uma avozinha sensata que interromper a quem fala prova educação lamentável e nunca se ganha razão.
Outros tempos, talvez.

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