Depois de, ao poder de facto, juntar a confirmação de jure,
abocanharam tanto e tão pouco que lhes faltavam mãos para abarcar o todo.
E contrataram criados entre os esganados da plebe, que,
segundo os cálculos, rondam 9%.
Confiados num serviço capaz que aos lucros lhes acrescente
mais lucros, instalaram-se na placidez confortante das ilhas e paraísos
fiscais.
O bom servidor descobriu que, havendo portas abertas do público
para o privado, seria mais fácil a gestão alicerçada na lei que o próprio iria
criar.
A promiscuidade ganha, então, visibilidade sem pejo, que o
espoliado consente, votando sempre em quem rouba.
E, deste modo se afirma, com privilégios legais, talhados muito
a seu gosto, a canalhada política de profissionais videirinhos.
Sendo que se ouve dizer da necessidade de mimá-los, não vão
fugir os melhores.
Fosse cidadania a política e não monopólio de alguns, nunca
a corrupção poria este país como está.
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