sábado, 29 de novembro de 2014


Vamos a ver se nos entendemos.
Uma criança de mama reconhece que o mundo é finito, logo, de recursos finitos, com dificuldades, custos, poluição crescentes na extracção.
E qual a palavra de ordem mais ouvida?
Crescer.
Ouvida, inclusive, da boca dos que dizem ser a crise actual consequência de um excesso de produção.
O que antes exigia muitos dias a criar, surge pronto e expedido num abrir e fechar de olhos.
Assim sendo, volta e não volta, o mercado saturado não comporta reduções nem no número nem no preço e as acumulações armazenadas já não têm onde ficar.
Contudo, crescer, crescer, crescer é a obsessão de todos, apesar da constatação anterior e apesar de se dizer, em estudos especializados, que o que se produz de momento cobre as necessidades do mundo e ainda sobra 10%.
Como compreender, então, que se repita a tolice sem se ver incongruência?
Depois, é a máquina da ganância a aumentar ano a ano o lucro de accionistas.
Se hoje são vinte, sobre os vinte anteriores e hão-se ser outros vinte sobre os vinte de agora.
Por certo, visando o infinito contra a finitude das coisas.
E, a continuar o sistema, ninguém accionará os travões, porque, se aqui se negarem os tais vinte, pelo menos, o interessado bate as asas, indo à cata de muito mais.
Em que se fica, então?
Ou o caminho vai ser outro ou tudo isto rebentará, como já está acontecendo.
O crescimento é possível na saúde, educação, segurança e bem-estar, não na fúria consumista.
Como?
Com distribuição racional, humana, onde a grande maioria não morra para sustentar uns poucos, de que maneira!
1%, mais os 9% de lacaios, detêm os 80% da riqueza mundial.
Não é por aqui, portanto, que a justiça passará.

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