Miúdo, já então me impressionava o pobre que descia das
serras para pasmar, embasbacado, à beira do propagandista da banha ou de um chá
miraculoso.
Pois o caso não era para menos, que diarreias, enxaquecas,
unheiros, maus olhados, febres malsãs,
tudo se curava num instante, depois de uma aplicação de pomada ou ingestão da
tisana.
Até porque estava em criação, nunca me ocorreria pensar que
esses vendedores de mezinhas viessem a reincarnar governantes e elite de
palradores encartados.
Mas pior, ainda, é esses crédulos da infância deixarem de
baixar dos cumes, antes enxameando o país, epidemia sem cura, numa suinização
infrene, maná, doce maná de agiotas, ladrões, videirinhos, serviçais, quantos
não se impedem de babar, ouvindo tilintar o oiro.
Que é esta a máxima razão de alguns, ontem, começando do
nada, hoje, enxundiando-se na banca, empresas, assessorias, rabulices …
parlamentos.
Quem é que supôs encontrar uma coincidência esquisita entre
o grande bródio actual e vagas sempre crescentes nas doutas faculdades de
direito?
São tantos ou tão poucos os advogados da treta que tem de
haver para aí uma explicação qualquer.
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