Sendo uma formulação
judiciosa, a de que mais vale tarde do que nunca, estou em vias de decidir-me
por um doutoramento aos cem.
Não é que o mérito terreno
valha muito para a entrada no paraíso, a que me candidato desde há anos.
E sei-o, sem qualquer dúvida,
pois é a Bíblia que o diz:
- “Bem aventurados os pobres
de espírito porque será deles o reino dos céus”.
Mas, contrariando a miséria
actual do mundo, em ideias renovadoras, surgiu-me no cérebro uma, com fulgor
inesperado, que traz explicação a muita coisa do chamado bicho humano.
Vinha estudando o mesmo,
desde a mais tenra idade, e tanto me parecia animal, como vegetal e, por vezes,
mineral.
Se tem frequentemente
ferocidades de besta, logo se move por tropismos, acomodando-se ao sol do
mando, para depois ficar inerte, embrutecido, parecendo-se com um pedregulho.
Pois ou me engano muito ou
encontrei a chave para o enigma de mutações tão diversas.
Está, afinal, na alimentação
omnívora, de que acaba por tirar especificidades próprias aos três ramos da
natureza.
O homem é, pois, um tríbrido,
não se confundindo com as mulas, que essas, sim, é que são cavalgaduras híbridas.
Sem comentários:
Enviar um comentário