Afinal, alguma coisa há que
nos irmana, a nós e aos espanhóis.
Não há muito, ainda,
grassava, na Península, uma terrível crise, que enfrentámos, corajosamente, com
desemprego, miséria, emigração, perda de direitos, desmantelamento social, tudo
para salvar banqueiros, a quem a especulação saíra pela culatra.
Subitamente, o que era
deixou de ser e Colombos e Gamas dizem avistar ao longe novas árvores das
patacas, a exportação.
É possivel que o
desanuviamento dos céus se deva à frente quente da proximidade das eleições
para o parlamento europeu, que não pinta nada, ou seja, é um verbo de encher,
mas, ao menos, paga bem, com o dinheiro nosso, e serve de decoração ao triunfo
dos exploradores.
Creio, apesar disso, num
começo de melhoria, pois emagrecemos tanto que, se engolirmos o caroço de uma
cereja, a mulher passará por grávida e o homem ficará obeso.
Seja ou não seja assim, a
concordância ibérica é deveras surpreendente, porquanto entre nós e eles, há
diferenças insanáveis, já que, a título de exemplo, nunca nos passaria pela
cabeça chamar “fantasmas” aos governantes, querendo significar que são
pedantes.
Os nossos fantasmas sempre
têm sido etéreos e os pedantes que nos governam são pesados e bem pesados, na
acepção deles, espanhóis, que é de “chatos”, “chatérrimos”.
Aceito, contudo,
aproveitando a actual fraternidade da situação actual, que a designem,
doravante, por “trampa”, já que por lá é “trapaça” e por cá significa “merda”.
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