domingo, 20 de abril de 2014


Afinal, alguma coisa há que nos irmana, a nós e aos espanhóis.
Não há muito, ainda, grassava, na Península, uma terrível crise, que enfrentámos, corajosamente, com desemprego, miséria, emigração, perda de direitos, desmantelamento social, tudo para salvar banqueiros, a quem a especulação saíra pela culatra.

Subitamente, o que era deixou de ser e Colombos e Gamas dizem avistar ao longe novas árvores das patacas, a exportação.
É possivel que o desanuviamento dos céus se deva à frente quente da proximidade das eleições para o parlamento europeu, que não pinta nada, ou seja, é um verbo de encher, mas, ao menos, paga bem, com o dinheiro nosso, e serve de decoração ao triunfo dos exploradores.

Creio, apesar disso, num começo de melhoria, pois emagrecemos tanto que, se engolirmos o caroço de uma cereja, a mulher passará por grávida e o homem ficará obeso.
Seja ou não seja assim, a concordância ibérica é deveras surpreendente, porquanto entre nós e eles, há diferenças insanáveis, já que, a título de exemplo, nunca nos passaria pela cabeça chamar “fantasmas” aos governantes, querendo significar que são pedantes.

Os nossos fantasmas sempre têm sido etéreos e os pedantes que nos governam são pesados e bem pesados, na acepção deles, espanhóis, que é de “chatos”, “chatérrimos”.
Aceito, contudo, aproveitando a actual fraternidade da situação actual, que a designem, doravante, por “trampa”, já que por lá é “trapaça” e por cá significa  “merda”.

 

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