Se sente asco pelo governo
que o desgoverna e cora de vergonha, lá fora, quando tem de dizer o país onde
nasceu, consulte um dicionário vulgar e procure a palavra “feérico”.
Saberá que o termo nos
chegou de França, derivando de “fée”, que, na actual algaravia nossa, significa
“fada”.
Perguntará de certo, que tem
o senhor a ver com tudo isto, cidadão português, adulto e não direi emancipado
por viver sob tutela estrangeira, policiado por empregadotes de segunda,
honrosa situação que legará a seus filhos, se eles, seguindo-lhe as pisadas,
não rejeitarem a albarda.
Eu diria que tem tudo, pois
estão a reviver-lhe a infância onde, como em todas as infâncias, houve uma
velhota querida que o encantou com histórias de príncipes e príncipas ou
princeses e princesas, porquanto a gramática jamais se atreveria a pôr entraves
à sua prodigiosa criação fantasiosa.
Com ela, vinham seres
malfazejos como os de hoje, mas prontamente detidos, repelidos pelo pequeno
aceno de uma varinha mágica de seres alados que por nós velavam, as fadas.
Passados estes anos, a
diferença está em que, no seu retorno à meninice, são as bruxas más que mais o
iludem, com fantasias, desta vez, sinistras.
Mas a intenção, bem sabe, é
de não o expor à perigosa conclusão de que os tempos são e serão de escravidão.
Não se ofenda, pois, que o
tratem assim, por menino ingénuo ou atrasado mental.
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