quarta-feira, 23 de abril de 2014


Vem de longe a minha embirração com o número três, porque, educado nos sagrados princípios da religião católica, sempre me pareceu heresia dizer-se ser três a conta que Deus fez, quando está mais que provado que o mundo foi criado em seis dias, descansando o Criador no sétimo.
E, agora, quase a render a alma, o diabo tudo faz para que eu caia na tentação da ira.

Vem, primeiro, a Troika e desgraça-me a vida e o país.
Enredado no pânico e na estupidez, o bom povo civilizado (Rebelo dixit) vem votando há três anos na morte do presente e do futuro.

Há três dias exactos, foi uma proposta de lei a pretender refrear a promiscuidade devassa que nos coloca no mundo, em posição cimeira, no que concerne à corrupção.
Logo os três da vida airada, Cocó, Ranheta e Facada se uniram em força no repúdio a medida tão populista.

Ele foi a inoportunidade (PSD), ele foi a liberdade (CDS), ele foi a funcionarização (PS), tudo serviu aos três da governação para que a farra se mantenha por muitos e lucrativos anos.
Que, na arenga de um erudito presidente, se deverão estender não por mais três, mas talvez por trinta e três.

Salve-nos, ao menos, a cacafonia, neste uníssono, dos partidos de esquerda que apresentaram o projecto, PCP e BE.
Eu disse partidos de esquerda e não PS.

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