segunda-feira, 12 de maio de 2014


Numa vasta mesa de comentadores, onde a veemência das afirmações parece compensação para a pequenez das opiniões, todos constataram que o capital investido, em países emergentes, está a regressar a casa, sem que se saiba porquê e, muito menos ainda, sem relacionar o facto com o que se chama crise.
O alinhamento da Europa com nações do terceiro mundo não é visto como obrigatório no processo de globalização.

Que os salários se pratiquem abaixo do inimaginável, que se eliminem direitos e abdiquemos da dignidade, que o Estado se conforme com a míngua, proibido de poder decidir e os governos, doravante, sejam executivos da finança, nada lhes afectará a apreciação.
A economia, enfim, não é uma ciência humana, antes meteorologia do já visto: chove porque está chovendo, há sol porque o sol está lá.

A poupança em estruturas, seguros, combustível, taxas e alcavalas alfandegárias, o encurtamento de distâncias e proximidade das decisões, sedes fiscais em paraísos, feitos à medida e ao virar da esquina, são factores desconhecidos e, por certo, inexistentes.
Saber é acreditar na produção a crescer, desemprego estabilizado, juros a níveis históricos, sem dar pela readmissão dos despedidos, a troco de meio salário e precariedade contratual, pois despedimento é arbítrio do senhor, nem emigração da juventude, um investimento sem retorno, que exaurirá o país.

Apraz-lhes, sim, que o afundamento parou, pois já nos encontramos no fundo, que a economia reanima ao serviço dos que lá fora buscam lucro que não podemos dar.
Mas, se o drama é democracia, com rituais estabelecidos e irresponsabilidade ilimitada, o errado é certo e afirmar o contrário antipatriotismo derrotista.

 

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