Contrariamente à
interpretação usual, passar de cavalo para burro não é recuo, mas avanço.
A nossa economia está de
rastos e só a emigração é saída, que o desemprego galopa, ainda que se
manipulem dados.
Dia após dia, o
endividamento cresce e os juros de agiotagem estão-nos vampirizando a
esperança..
Morre-se por falta de
cuidados médicos, que a saúde é negócio e os bens que nos davam meios estão e
são distribuídos por compadres e confrades.
Minguam os salários, as
reformas são comidas e o pouco que ainda resta vai para a Galp, prestações da
casa, luz e água, os luxos de antigamente.
A caridade abjecta, que cria
dependência da esmola e gratidão servil, suplica por mais recursos, tamanha a
devastação que o capital exigiu e redobra, enquanto contar com o trunfo do
entendimento embotado.
Porém, o foguetório estraleja
e o sucesso reboa nos amplificadores jornalísticos, pois, com eleições tão
próximas, há que rejuvenescer a ilusão de uma Europa feliz e pingue, logro do
real ressurgimento de uma Alemanha Imperial.
Na nossa disputa do osso,
esfuma-se a condição humana, quedando-nos o aviltamento e a ferocidade do
bicho.
Regredidos à bestialidade, findo
um dia o pesadelo, vencer o monstro criado só passadas gerações.
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