quinta-feira, 8 de maio de 2014


Contrariamente à interpretação usual, passar de cavalo para burro não é recuo, mas avanço.
A nossa economia está de rastos e só a emigração é saída, que o desemprego galopa, ainda que se manipulem dados.

Dia após dia, o endividamento cresce e os juros de agiotagem estão-nos vampirizando a esperança..
Morre-se por falta de cuidados médicos, que a saúde é negócio e os bens que nos davam meios estão e são distribuídos por compadres e confrades.

Minguam os salários, as reformas são comidas e o pouco que ainda resta vai para a Galp, prestações da casa, luz e água, os luxos de antigamente.
A caridade abjecta, que cria dependência da esmola e gratidão servil, suplica por mais recursos, tamanha a devastação que o capital exigiu e redobra, enquanto contar com o trunfo do entendimento embotado.

Porém, o foguetório estraleja e o sucesso reboa nos amplificadores jornalísticos, pois, com eleições tão próximas, há que rejuvenescer a ilusão de uma Europa feliz e pingue, logro do real ressurgimento de uma Alemanha Imperial.
Na nossa disputa do osso, esfuma-se a condição humana, quedando-nos o aviltamento e a ferocidade do bicho.

Regredidos à bestialidade, findo um dia o pesadelo, vencer o monstro criado só passadas gerações.

 

 

 

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