Internado pela quarta vez.
Falha o coração onde não
falta a vontade, sem conselho que valha, sem barreira que o detenha.
Há-de morrer lutando.
Por um país, em que a
reacção se aferra a privilégios de outrora, ganhos com crueldade e matanças.
Foi Espanha dominadora,
querendo sujeitar o mundo num só mando e um só rei, mãe dos actuais impérios.
Mas caricata, agora, com um
reizinho de opereta, figalgote decadente, insistindo em fingir o que, em
verdade, não é.
O homem, a quem a morte
assedia, vem-se rebelando desde sempre à pretensão idiota e, ao sonhar em
volta, vê uma Espanha diferente, ressurgida do mofo, criativa, progressista,
revolucionária.
De pessoas vivas, em suma.
Poucos o ouvem e muitos
poucos entendem, julgando-o um utopista à deriva e dando-lhe o destino dos que
se anticiparam na história.
Dia virá, contudo, em que a
Espanha, a sua Espanha, verá que, mesmo em tempo de anões, nascem por vezes
gigantes.
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