Novos tempos, novas ideias.
Nado, criado e amadurecido
em fascismo, a democracia orgânica, vi-me brindado, após Abril, com democracia
electiva de ludibriar no voto para assistir à pilhagem, quatro anos a fio, por
leis que a legitimam.
Posso, pelo menos, escrever,
clandestinamente, enquanto, à proibição nos jornais, não se juntar um vírus,
mais eficaz do que os que me têm mandado, generosamente, pela Internet.
À União Europeia, fico a
dever-lhe o capitalismo generoso espraiado nos milhões que nos deram para
destruir a pesca, a agricultura, a indústria, restando o comércio residual para
que possamos comer o que a Espanha nos envia.
Fui-me actualizando em
socialismo, que, nos tempos modernos, serve administradores à banca e
legisladores que privatizam.
Mas a participação na rapina
guinda colaboracionistas a salvadores da pátria e o criminoso sou eu que
insisto na dignidade e soberania do país.
Contudo, tenho que confessar
que não me partem os braços nem me bombardeiam a casa, talvez pela sorte de não
ser palestino, que esses, sim, são todos terroristas.
Por último, fiquei sabendo
que estou em economia aberta de vários compartimentos estanques, dado que o BES
não é a Holding e a Holding não é o BES.
A continuar a cavalgada das
novidades, hei-de acabar por ver que esclavagismo é boa forma de governação e
morrer na valeta uma suprema redenção.
Resta-me, pois, continuar
paciente, a olhar os putos malcriados que destroem Portugal, porque há
destruição destruição, a nossa, porém, é construtiva, Hayek o disse e Passos o
confirma.
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