sábado, 28 de junho de 2014


Cedo o espertalhão de ofício haverá descoberto que trabalhar é custoso e dá, de facto, trabalho.
E, se a metodologia não muda, como creio, ou semelha a utilizada hoje, ao apanhar alguém dessedentando-se na fonte, saltava-lhe ao caminho e exigia paga.

Os tempos complexaram-se, as instituições também, e temos hoje que pagar por viver ou morrer, por andar ou estar parado, por ter cão ou por não ter.
Furta-se à voracidade do chulo o ar que respiramos, o viciado, que o puro já está privatizado.

Privilégio que não se manterá por anos, pois há ciência brevetada que descobrirá um aerímetro, a galopar como o que temos para a água ou eléctrico, quando insistirmos em respirar, com factura acrescida de taxa de sustentabilidade, e outra de solidariedade, e outra de necessidade, e outra de desnecessidade, já que não é justo retermos oxigénio e expelirmos anidrido, segundo o saber escolar, pois, pessoalmente, nunca o vi.
Será sempre possível, por direito inaleanável, recorrer a tribunais, recrutando advogados, peritos contabilistas, um economista doutor e fotógrafo licenciado, este para demonstrar com retrato anexo que, entre os minutos 4 e 6, fiquei de respiração suspensa, ao receber o salário do mês que já se foi.

A mando de uma Europa democrática e cada vez mais próspera tinham-me abocanhado mais 30% e subsídio de Natal.

Sem comentários:

Enviar um comentário