segunda-feira, 9 de junho de 2014


Neste fabuloso país, que é mais um país de fábula, são mais os animais a mandar e os poucos homens que há só têm portões fechados, pois o ódio e a cobardia recusam qualquer palavra que não seja a do seu dono.
Os jovens que ainda restam, em vez de exigir futuro, metem os pés a caminho e vão demandar lá fora aqueles que se lhes anticiparam nas rotas da emigração.

Fica quem não pode andar, de velhice ou por doença, e, à falta de sangue fresco, o vampirismo local suga o que antes rejeitava.
E num inauditismo da história, por não haver quem o faça, hão-de trabalhar estropiados, a troco de um naco de pão, se querem não morrer de fome.

Já vejo mesmo por perto um arremedo de Goebbels, mais físico e não mental, porque o alemão era mau, mas esperto, e o nosso é igualmente mau, mas burro.
É de prever, até, que, em aeroportos, fronteiras e nos cais das estações, se esqueçam as frases banais de boas-vindas a quem chega, sendo os viajeiros acolhidos à boa maneira nazi, com um “Arbeit macht frei”.

A formigação hollywoodesca dos esfarrapados das pirâmides, nos filmes de B. De Mile, será uma realidade aqui, por faltar-nos a dignidade de dizer não à escravidão

Sem comentários:

Enviar um comentário