sexta-feira, 6 de junho de 2014


O meu tio Jorge não é do governo nem director de coisa nenhuma, mas também às vezes engana-se e diz coisas certas, que dão que pensar.
A diferença é que, quando tal lhe acontece, o lapso resulta da ingenuidade de pessoa que ainda conheceu valores, noutros tempos.

Ontem, por exemplo, até julguei ouvir o nosso presidente, tão óbvia foi a constatação que fez:
- Agora, a propósito de tudo e de nada, há um alerta amarelo.

Eu, que não dera por isso, fiquei assombrado com a profundidade da observação e conclui que, de facto, andamos num sobressalto permanente socio-político-histórico-geográfico-metereologicamente falando.
Há-de haver uma má fé em manter o cidadão assustado, mas talvez já se enquadre na nossa forma de ver, depois da governação ter encontrado no medo o que melhor lhe serve no projecto de destruição.

E a chantagem é uma arma.

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